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12 de fev. de 2018

CARNAVAL 2018: Mangueira e Paraíso do Tuiuti lavam a alma no Domingo de Carnaval

A comissão de frente da Tuiuti: a melhor da noite Foto: Marcelo Theobald
O primeiro dia de desfiles do Grupo Especial teve todos os ingredientes de um grande espetáculo: drama, superação, reviravoltas e emoção. Foi uma noite de domingo como há muito não se via, embora as arquibancadas não tenham explodido em momento algum — fato que tem se tornado cada vez mais raro, devido à mudança na relação do público do Sambódromo com as escolas. Ao final dos sete desfiles, Mangueira e Tuiuti saíram como os grandes destaques, brigando pelas primeiras posições. A verde e rosa poderia ter feito um desfile apoteótico, caso o samba tivesse rendido mais. 

O que se viu na pista foi uma escola linda, mas sem a alma que o enredo pedia. O discurso libertário traduzido em alegorias e fantasias não se refletiu tanto no espírito dos componentes. Mas, mesmo assim, o recado foi dado com competência. A Tuiuti foi outra que conseguiu se conectar com seu tempo, contando uma história que calou fundo no público — e, nesse caso, o samba ajudou bastante. Foi uma surpresa ver uma escola que parecia brigar pelo rebaixamento chegar com tanta força, almejando disputar na parte de cima da tabela.

A Grande Rio também ia brigar pelo título. Mas tomou um tombo daqueles. Renato Lage, que se acostumou a ter problemas com alegorias no Salgueiro, levou a tradição para a escola de Caxias, e mais uma vez viu um grande trabalho seu ir pelo ralo. Já a outra estreia, de Paulo Barros na Vila Isabel, deixou a desejar. 

Não foi um desastre, como na Mocidade. Mas o carnavalesco tampouco conseguiu encher os olhos da plateia, como em outros carnavais. Apesar disso, mostrou que ainda acerta a mão em algumas alegorias. Seu conjunto ia ficar mais coeso se alternasse carros com efeito e outros com formatação mais tradicional (como o de Mariana, da Portela, ano passado). Paulo tentou produzir efeitos em todas as alegorias, na comissão de frente e no casal, e teve muitos desacertos. Já Império Serrano e São Clemente são as duas favoritas ao rebaixamento, com desfiles que deixaram muito a desejar, num nível abaixo do que apresentaram nos últimos anos.

Martinho merece virar enredo

Foi difícil ver Martinho da Vila no abre-alas da Vila e não ficar com uma pontinha de inveja do carnaval de São Paulo, que nos 80 anos do mestre o homenageou com um merecido enredo, na Peruche. Alô, povo do Boulevard e dos Macacos. Bora celebrar o maior nome da sua história?

Olha o fogo

Em 2015, Paulo Barros foi criticado por “incendiar” a porta-bandeira da Mocidade, Lucinha. E, assim como fez com a água na Portela, voltou ao tema — desta vez, o fogo em Denadir era fictício. Mas não funcionou: a fantasia sem o efeito era feia, e com as luzes perdia-se o foco na dança.

A rua é nossa, mas é por direito’
A imagem do carnaval até o fim da noite de domingo foi o quarto carro da Mangueira, com os personagens dos blocos, seguido pelo blocão de sujos. O trunfo do carnavalesco Leandro Vieira é apelar à memória afetiva do público, gerando um encantamento imediato.

Dinheiro duro de engolir

Os patrocínios de Vila e Mocidade podem ter ajudado nos caixas das escolas, mas na pista proporcionaram os piores momentos dos dois desfiles. Foi duro engolir um setor inteiro para os bois na Mocidade e uma alegoria sobre o futuro emoldurada por carrinhos elétricos na Vila.

VEJA COMO PASSOU CADA ESCOLA:

Império Serrano

A entrada do desfile foi boa, prenunciando uma boa apresentação, mas a escola caiu muito em seguida. E a gente se pergunta: por que um enredo sobre a China, meu Deus? O chão imperiano não comprou a ideia e passou frio, apesar de o samba ter tido bons momentos, ajudado pela bateria. As cores escuras nas fantasias e a falta de criatividade nas alegorias não ajudaram. Destaque para a ala das crianças de Kung Fu Panda.

São Clemente

O enredo sobre a Escola de Belas Artes foi apresentado com uma leitura excessivamente formal — foi mais “academicamente” do que “popular”. O visual deixou muito a desejar, tanto em alegorias quanto em fantasias. Além disso, a escola desfilou com uma frieza impressionante, prejudicada pela qualidade do samba. O último setor, que trouxe os antigos carnavais, foi o mais feliz da São Clemente.

Vila Isabel

Se não for pra arriscar, Paulo Barros nem sai de casa. O carnavalesco mais uma vez trouxe inovações, alternando ótimos momentos (como os carros das engrenagens e do computador) com alegorias fracas (como o abre-alas e o último carro). A entrada foi desanimadora, com comissão de frente e mestre-sala e porta-bandeira prejudicados por efeitos ruins, mas a escola melhorou a partir do segundo setor e fez um bom desfile, cantando bem o samba.

Tuiuti

Belíssimo desfile, com um samba que carregou a escola do início ao fim. A criativa comissão de frente, uma das melhores do ano, levantou o público logo no início, seguida pelo casal de mestre-sala e porta-bandeira. O carnavalesco Jack Vasconcelos mostrou sua assinatura, com setores de imagens fortes e, ao final, com crítica política bem feita. O uso do amarelo predominou, marcando a cara da escola, que briga por uma boa colocação.

Grande Rio

O desfile começou a mil por hora, com a boa comissão de frente e um casal de mestre-sala e porta-bandeira em grande fase. Aí veio o trabalho de Renato Lage, inspiradíssimo, com um colorido agradável aos olhos, alegorias de impacto e fantasias criativas. Parecia que a tricolor ia disputar o título. Mas o último carro não entrou, arrasando a evolução, prejudicando o enredo e estourando o tempo. O belo desfile foi para o buraco. Uma pena.

Mangueira

Uma beleza para os olhos esse desfile, com um nível de fantasias fora do comum e alegorias irretocáveis. Imagens como a do carro do botequim e a ala de Zé Pereira marcaram o carnaval. O enredo era claro e falava diretamente ao coração das arquibancadas. Apesar disso, o desfile não foi arrebatador. O samba rendeu abaixo do esperado, com uma bateria acelerada, e a comunidade mangueirense não cantou muito.

Mocidade

Fez um desfile aquém do que se esperava para uma escola que luta pelo bicampeonato. Assim como no ano passado, foi carregada pelo belo samba, pela cadência gostosa de sua bateria e pelo canto forte dos componentes — que chão tem Padre Miguel! Mas o enredo sobre a Índia não foi bem compreendido na pista, com fantasias de difícil leitura e alegorias pouco criativas. A comissão de frente fez boa apresentação, apesar do gigantismo do elemento alegórico, mas não conseguiu repetir o efeito Aladdin.

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